São quase 10 mil quilômetros que separam Goiânia, no centro-oeste brasileiro, de Sarajevo, na Bósnia. Mas a capital deste pequeno país europeu, localizado na região dos balcãs, marca um dos capítulos mais importantes na trajetória da Associação Paralímpica do Estado de Goiás – ASPAEGO, na capital Goiânia. Cinco atletas da entidade fizeram parte do elenco brasileiro feminino que conquistou o histórico título mundial de Voleibol Paralímpico.

Seleção Feminina comemora título mundial conquistado na Bósnia (Foto: World ParaVolley)

Adria Jesus da Silva, Pamela Pereira, Jani Freitas Batista, Nurya de Almeida Silva e Luiza Guisso Fiorese fizeram parte do elenco de 13 atletas comandado pelo técnico Fernando Lages Guimarães, demonstrando também a força da equipe da ASPAEGO. Uma das expoentes do Voleibol Paralímpico no país, a entidade de Goiânia foi a segunda que mais cedeu atletas para a Seleção no Mundial, atrás somente do SESI-SP, que contou com seis representantes.

Criada em 2019, a ASPAEGO nasceu da inquietação de José Aparecido Alves de Olivera Júnior, profissional de Educação Física com longa trajetória de atuação no paradesporto goiano, especialmente o escolar. Ele, ao lado outros amigos que se dedicavam ao esporte para pessoas com deficiência, decidiu criar a associação ao notar a falta de uma política de continuidade para crianças seguirem no esporte quando cresciam.

“Meninos com muito potencial finalizavam o período escolar e paravam de praticar. Então, juntei um grupo de professores para fazer uma entidade que pudesse dar uma continuidade a partir de um olhar mais específico do esporte e desenvolvimento de alto rendimento”, explicou José Aparecido.

ASPAEGO é a atual vice-campeã brasileira feminina de Voleibol Paralímpico (Foto: CBVD)

A equipe adulta feminina de voleibol paralímpico, que nasceu em 2004 capitaneada pelo professor José Agtonio Guedes – atual Secretário Nacional de Paradesporto – passou por diversas entidades ao longo dos anos, e encontrou abrigo na ASPAEGO a partir de 2021.

Muitas atletas estavam pensando em parar, porque não tinham apoio e suporte. Aí em 2021, durante a pandemia, elas vieram para a associação para terem uma melhor estrutura”, disse Aparecido.

Já no ano seguinte a equipe começou a colher os resultados. Além das cinco atletas cedidas para a Seleção Brasileira campeã mundial, a ASPAEGO alcançou o vice-campeonato brasileiro em 2022.

Juntamente com o time adulto, a associação goiana conta atualmente também com uma equipe feminina Sub-23. Ao todo, 22 atletas mulheres fazem parte do projeto de voleibol paralímpico, além de mais sete homens, estes todos da categoria Sub-23.

Referência no Parabadminton

ASPAEGO se destaca também no Parabadminton (Foto: Ale Cabral/CPB)

Antes mesmo do início do trabalho no voleibol, a ASPAEGO já era uma entidade de referência no paradesporto, com destaque especialmente para o Parabadminton.

Fazem parte do quadro da entidade três atletas que atualmente estão com a Seleção Brasileira na disputa do Campeonato Pan-Americano da modalidade, realizado de 21 a 27 de novembro, na Colômbia: João Gabriel da Costa Carbajal, atleta de apenas de 17 anos e atual vice-campeão brasileiro adulto, Ana Carolina Coutinho Reis, campeã brasileira sub-23 e adulto, e Abinaécia Maria da Silva, medalha de bronze nos Jogos Parapan-americanos de Lima 2019.

O trabalho da ASPEGO engloba também outras modalidades, como o Atletismo e o Tênis em Cadeira de Rodas. Além de Goiânia, as atividades são divididas em polos distribuídos em outros municípios do estado como Valparaiso, Cidade Ocidental, Itapaci e Cidade de Goiás.

E nos planos estão projetos para ampliar os trabalhos e o leque de modalidades oferecidas pela entidade.

“Em 2023 nós queremos iniciar o Halterofilismo e o Parataekwondo. E temos planos para a Bocha Paralímpica e Tênis de Mesa, dependendo da cessão do ginásio, que estamos em conversa com a prefeitura”, concluiu José Aparecido.