Uma embarcação medieval inusitada formada por 12 mulheres, ritmada ao som de um tambor instalado em sua proa, chama a atenção de quem frequenta o Lago Paranoá, um dos principais pontos turísticos de Brasília (DF), nas manhãs de terças e quintas-feiras.

As integrantes, todas sobreviventes do câncer de mama, fazem parte da Canomama, uma associação sem fins lucrativos com a missão de atuar entre mulheres mastectomizadas, oferecendo e incentivando a prática de canoagem coletiva na modalidade Dragon Boat, uma embarcação de origem chinesa, como forma de reabilitação.

Na última quarta-feira (29), este grupo de mulheres recebeu a visita da Ministra do Esporte Ana Moser, em encontro articulado pelo Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos – CBCP e que contou com a participação da Diretora de Relações Institucionais do CBCP, Rosinha de Freitas, e da Assessora Institucional do CBCP, Elaine Justino.

A modalidade Dragon Boat é realizada um barco de 14 metros, pesando 250 quilos que acomoda até 22 pessoas. Originário do delta do Rio das Pérolas, no sul da China, sua modalidade vem sendo praticado na Ásia, África e ilhas do Pacífico e suas origens folclóricas remetem a 2000 anos.

A categoria é regulamentada pela Confederação Brasileira de Canoagem e a Canomama é reconhecida pelo IBCPC, International Breast Cancer Padller’s Comission, como a primeira equipe de sobreviventes de câncer de mama no Brasil.

O time Canomama, fundado em 2017 pela nutricionista Larissa Lima, integra 26 atletas que viajam o mundo participando de festivais e competições internacionais tendo em seu currículo grandes vitórias, como as conquistadas em três disputas no Dragon Boat Festival, realizado na Itália em 2018.

O barco do Dragon Boat possui determinadas características que o tornam totalmente inclusivo. Mulheres que tiveram o câncer de mama e que tenham feito mastectomia, ou que possuam alguma limitação em algum dos lados, poderá remar do lado que não tiver a limitação. Caso as limitações aconteçam nos dois lados a atleta poderá controlar o leme, dando a direção da embarcação ou poderá, também, tocar o tambor, ditando o ritmo das remadas da embarcação.