João Batista de Carvalho e Silva, presidente do CBCP, conversou com Rivaldo e relembrou a história da evolução do paradesporto no Brasil
Na última quinta-feira, 17/12, aconteceu mais uma edição do Papo com João: Histórias Paralímpicas por Contar. Desta vez o presidente do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos – CBCP, João Batista de Carvalho e Silva conversou com o professor Rivaldo Araújo da Silva, que exerceu importantes cargos como dirigente na área do esporte para pessoas com deficiência. Por mais de 10 anos Rivaldo foi coordenador geral do esporte para paratletas de alto rendimento no Ministério do Esporte e também foi chefe adjunto da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de 1992, 1996, 2000 e 2008.
“Rivaldo é uma das figuras mais importantes da história do esporte para pessoas com deficiência em nosso País. Ele foi um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento do esporte paralímpico brasileiro, lutou para que pudéssemos chegar aonde chegamos hoje. Se hoje figuramos entre as 10 maiores potências do esporte paralímpico mundial e temos um dos cinco maiores centros de treinamento do mundo, é porque pessoas como o Rivaldo superaram barreiras e não cederam diante das adversidades”, destacou João.

De fato Rivaldo teve uma trajetória grandiosa dentro do paradesporto e um papel fundamental na consolidação de políticas públicas de garantia de direitos aos atletas paraolímpicos. Durante muitas décadas o esporte paraolímpico foi fomentado exclusivamente pelos clubes e entidades de prática paradesportiva, sem que houvesse apoio do governo. “Não tínhamos recursos para participar das competições, era tudo muito mais difícil. O esporte paraolímpico não era visto com seriedade e nossos atletas não eram respeitados. Fizemos um trabalho de formiguinha, em equipe, para que conseguíssemos conquistar um tratamento isonômico”, contou o ex-dirigente.
Um fator essencial para impulsionar o esporte paraolímpico no País foi a criação do Comitê Paralímpico Brasileiro, cujo primeiro presidente eleito foi João Batista, sim o atual presidente do CBCP foi também o primeiro presidente do CPB. “Esse foi um divisor de águas para o paradesporto, pois começamos a ter condições melhores para poder participar das competições. Tínhamos um local para treinar, nossos atletas passaram a poder contar com períodos de aclimatação antes das competições e isso foi se convertendo em resultados ainda melhores nessas disputas”, lembrou Rivaldo.
Ao falar sobre a dificuldade que as pessoas têm em compreender a importância do atletas-guias para os atletas cegos, Rivaldo se emocionou ao comentar fato dos atletas-guias não poderem se candidatar a receber a bolsa-atleta. “Essa foi uma luta que perdi. Eles mesmos (os atleta-guias) afirmam que deixarão de executar essa tarefa para dedicar-se exclusivamente aos treinos do Atletismo olímpico, por conta dessa falta de apoio”, lamentou Rivaldo.
“Passamos por tantas coisas difíceis, mas quando vemos onde chegamos, sabemos que tudo valeu a pena. Sei que deixo um legado e muitas amizades que fiz. Ainda hoje me emociono quando vejo as competições pela televisão, pois lembro de todo o esforço que fizemos para tornar o paradesporto brasileiro uma potência”, finalizou.
Idealizado pelo presidente do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos – CBCP, o quadro Papo com João: Histórias Paralímpicas por Contar faz um resgate da história de atletas com deficiência, dirigentes e profissionais que dedicaram e dedicam parte da sua vida ao desenvolvimento do esporte para pessoas com deficiência. O programa retornará ao ar a partir de janeiro de 2021, mas você pode conferir a entrevista com Rivaldo clicando aqui. Fique de olho em nossas redes sociais para mais novidades, estamos no Intagram e Facebook como @cbcpoficial.