Aos 16 anos de idade, Lucas Arabian é um dos mais jovem atletas da Seleção Brasileira que está na Espanha para a disputa do Campeonato Mundial de Tênis de Mesa Paralímpico, iniciado no último domingo (06), em Granada, na Espanha. Atleta da Classe 5 (para cadeirantes), Lucas viu sua paixão pelo tênis de mesa aflorar após ter contato com a modalidade ao integrar, em 2016 e 2017, o projeto de iniciação ao esporte adaptado conduzido pela Associação Desportiva para Deficientes – ADD, em São Paulo, uma das entidades fundadoras do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos – CBCP.

Lucas Arabian durante treinamento no Mundial da Espanha (Foto: André Soares/CBTM)

Lucas foi perdendo os movimentos dos membros inferiores aos poucos ainda criança, devido a um tumor medular que o fez passar por tratamento de quimioterapia e também por cinco cirurgias ao longo da infância. Depois das duas últimas, as mais complicadas, realizadas em 2011 e 2012, passou a utilizar cadeira de rodas.

Mas o jovem sempre foi um apaixonado por esportes. E durante a fase de reabilitação conheceu a ADD. Em 2016 passou a integrar o Projeto de Iniciação ao Esporte Adaptado da entidade, que atende dezenas de pessoas com deficiência oferecendo prática esportiva em diferentes modalidades para crianças, adolescentes e jovens adultos com deficiência.

(Foto: Arquivo Pessoal)

“Foi depois das últimas cirurgias que conhecemos a ADD. Sabíamos que eles tinham um projeto em que crianças poderiam experimentar os esportes. E lá, primeiro o Lucas passou pelo basquete e depois pela natação. Ele sempre gostou de nadar, mas não para competir”, explicou a mãe de Lucas, Cristine Carvalhal.

Foi no tênis de mesa, entretanto, que Lucas descobriu sua paixão. Rapidamente começou a mostrar seu talento e a se destacar entre os colegas.

“Quando ele começou a jogar ele se apaixonou pelo tênis de mesa. Foi um sentimento muito forte. Por isso que eu acho que esse projeto, que coloca crianças com deficiência para experimentar diferentes modalidades, é muito rico. Foi assim que começou na vida do Lucas”, contou Cristine.

No final de 2018 competiu pela primeira vez em um torneio nacional e seu desempenho chamou a atenção. A partir de 2019, passou a treinar diariamente no Centro de Treinamento Paraolímpico Brasileiro, administrado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro – CPB.

“Experimentar os diferentes esportes é muito rico para se descobrir talentos, e também para alegria e realização pessoal. A gente vê o quanto muda a realização de uma pessoa com deficiência quando descobre o esporte. O diferencial do Lucas foi poder experimentar de tudo e então descobrir o tênis de mesa”, relatou a mãe de Lucas.

No Mundial da Espanha, Lucas Arabian está em duas disputas. Nas duplas mistas, Classe XD10, compete ao lado de Joyce Oliveira. Os brasileiros venceram na estreia, no domingo (06), a dupla da França, por 3 sets a 1 e seguem vivos no torneio. Já no individual, Lucas é o único representante brasileiro na Classe 5. Ele estreia na terça-feira (08), contra o egípcio Hassan Tolba.